PERSONALIDADES TRANSTORNADAS
(..) (...)As linhas singulares estão fora das categorizações da CID-10 ou de outras classificações. Sob a ótica da diferença, o paciente é um mundo inexplorado e ainda não humanizado. Não há pureza nessa concepção.Trata-se de espreitá-lo tanto quanto se conseguir escapar do clichê médico. Examinar o borderline é se pôr fora das definições do que é ou não o limite,o corte,a fronteira entre a saúde e a doença, o anormal e o anormal,a potência e a impotência. Para isso ser possível, a experiência do contato com a loucura é essencial. Não é preciso ser louco ou ficar louco, mas sim entrar num devir-loucura, tornar-se loucura se o propósito é ajudar, acolher,criar.Tal disposição não costuma ser bem vinda nas organizações promotoras da fé numa racionalidade apaziguadora. Isso inclui a psiquiatria e suas agências de apoio à promoção de uma felicidade quimicamente induzida.No entanto, entramos num terreno onde a química não resolve,e pior, oferece a sedação como simulacro da morte.
(...)
A.M. - do livro Trair a psiquiatria
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