quinta-feira, 30 de agosto de 2012

SOBRE GRUPOS

(...) (...)Existe a realidade dos grupos submetidos. Ela é relevante...  Pode ser  ao eu  do líder, ao nome  da família, à  imagem do rei, às palavras  do mestre, a certa  filosofia, às  coerções de  uma  organização, à competitividade, à  palavra da mídia, à  ciência,  ao consumo automático, à  arte,  à  revolução, a Deus, ao partido, etc. A lista é praticamente infinita. O que esses dados  heterogêneos  tem em comum é  a função de conduzir   o grupo  em direção a  objetivos  fora  dele. Ou seja, o grupo  só existiria  a partir de algo que  o ultrapassa  como vivência  concreta de  si. Ele ergue uma crença no Imaginário. Este habita o grupo, fabrica uma natureza que o “autoriza” a assumir  uma  “essência”.  Irão aí medrar as  futuras  burocracias e os  micro-fascismos, por  onde  a instituição-Grupo  forma um   refúgio bem sucedido    das   forças coletivas da história, do  tempo e do caos. “Você não é dos  nossos”, “morte ao estrangeiro”, “só entra aqui sendo...” são palavras de ordem que passam a ressoar como formações inconscientes. As pessoas, os  indivíduos, os eus, se encaixam  nesse  grupismo  protetor. O desejo grupal  passa a maquinar corpos em busca de  territórios  estáveis  onde alguém se reconheça. “Eu sou  o  grupo”. Trata-se  de uma subjetividade  padronizada em linhas endurecidas da existência. Como diz  Guattari, um grupo–sujeitado. 
(...)
A.M. do texto Grupos e caos, a ser publicado

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