SAIR DOS TRILHOS
(..) (...) Através da vivência é que o paciente organiza as suas crenças. Vivência diz respeito ao significado da realidade e aos afetos postos nesse significado. Crença e afetividade são elementos-chave para adentrar aos modos de subjetivação.Estes elementos compõem “processos de singularização”.Daí o delírio se constitui como um território existencial que se expressa por singularidades. Acompanhar as linhas singulares do paciente é não identificá-lo a uma essência patológica. Desse modo, a patologia compõe um mosaico clínico que a ultrapassa enquanto fato inscrito na cultura. O não-patológico está misturado ao patológico. E mais, o patológico nem sempre pode (ou deve) ser completamente excluído das condições psíquicas do paciente. O delírio é o acontecimento, ou seja, o devir como processo de vida que precede as manifestações clínicas. Mesmo estruturas visíveis como o cérebro, constituem a vertigem do tempo que não volta. O interesse dessa premissa está na possibilidade de incluir o paciente no rol das atividades humanas (sociais) sem reduzi-lo a alguém a quem faltaria razão. Ora, a razão (ou a racionalidade) é construída socialmente...
(...)
A.M.
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