sábado, 25 de agosto de 2012

SAIR DOS TRILHOS

(..) (...) Através  da vivência  é  que o paciente organiza as suas crenças. Vivência diz  respeito ao significado da  realidade e aos afetos  postos nesse  significado. Crença e afetividade  são elementos-chave  para  adentrar aos modos de subjetivação.Estes elementos compõem “processos de singularização”.Daí o delírio se constitui como um território existencial que se  expressa  por singularidades. Acompanhar as linhas  singulares do paciente é não identificá-lo a uma essência  patológica. Desse modo, a patologia  compõe um mosaico clínico que a ultrapassa  enquanto fato  inscrito  na cultura. O não-patológico está misturado ao patológico. E mais, o patológico nem sempre pode (ou deve) ser completamente excluído das condições psíquicas do paciente. O delírio é o acontecimento, ou seja, o devir  como processo de vida  que  precede as manifestações  clínicas. Mesmo  estruturas    visíveis como o cérebro, constituem a vertigem do tempo  que não volta.  O interesse dessa  premissa  está  na possibilidade de incluir o paciente no rol das atividades humanas (sociais) sem reduzi-lo a alguém a quem faltaria razão. Ora, a razão (ou a  racionalidade)  é   construída socialmente...
(...)
A.M.

Nenhum comentário:

Postar um comentário