terça-feira, 1 de janeiro de 2013


A canção de Hyperion


Oh santos génios! Vós caminhais,

lá por cima, em luz, sobre terra suave.

Brilhantes deuses etéreos

Tocam-vos levemente,

Qual os dedos da artista

nas cordas santas



Sem destino, como a criança

Adormecida, os anjos respiram;

Castamente guardado

Em discretos botões,

O espírito floresce-lhes,

Eterno,

E os santos olhos

Vêem em silenciosa

E eterna claridade.



Nós, porém, fomos condenados a errar,

Sem descanso, p’la terra fora.

Ao acaso, de uma

Hora para a outra,

Os homens sofredores

Somem-se e caiem,

Como a água atirada de

Recife para recife,

Ano após ano, na incerteza


F. Hölderlin

Nenhum comentário:

Postar um comentário