sábado, 12 de janeiro de 2013

MERCADO NEGRO DO DESEJO

Desde 1952 nos  acostumamos a ver o "paciente mental" sob o efeito de algum remédio químico. Este se tornou peça indispensável, não só para o tratamento, mas na constituição de uma  subjetividade enferma. Na década de 90 os fármacos avançam e substituem a psicopatologia.  Torna-se um hábito ver o paciente como expressão-efeito da química. A indústria  produz  o  pensar  medicamentoso  como campo por excelência do desejo. O objetivo maior é o de manejar   os sintomas. Como tudo é sintoma, ou  passou a sê-lo, incluindo  o paciente,  o objetivo  de  passar  remédio  tornou-se o de excluir  o pensamento e a  existência. Sob tais condições, a psiquiatria biológica passou a funcionar em conexão direta com a terapia cognitivo-comportamental, laminando as condutas socialmente inadequadas pelo padrão visa das transações do tecno-capitalismo psicológico.

A.M.
                           

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