Desde 1952 nos acostumamos a ver o "paciente mental" sob o efeito de algum remédio químico. Este se tornou peça indispensável, não só para o tratamento, mas na constituição de uma subjetividade enferma. Na década de 90 os fármacos avançam e substituem a psicopatologia. Torna-se um hábito ver o paciente como expressão-efeito da química. A indústria produz o pensar medicamentoso como campo por excelência do desejo. O objetivo maior é o de manejar os sintomas. Como tudo é sintoma, ou passou a sê-lo, incluindo o paciente, o objetivo de passar remédio tornou-se o de excluir o pensamento e a existência. Sob tais condições, a psiquiatria biológica passou a funcionar em conexão direta com a terapia cognitivo-comportamental, laminando as condutas socialmente inadequadas pelo padrão visa das transações do tecno-capitalismo psicológico.
A.M.
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