quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

POESIA COMO REPETIÇÃO

A linguagem poética fere de morte o princípio de identidade do discurso inteligível da técnica e da razão sapiente.Isso desconcerta a clínica do cérebro. Abram alguns e lá estará o rigor mortis. Enfim, um método infalível. Ele gargalha sobre a última  fronteira. Que se passa? Outra coisa, ainda bem: há poesia injetada em agulhas finas. A linguagem  desliza: criança, poeta, louco, vidente, artista, a  tralha  dos sem-eu, todos descem pelo conta-gotas da resposta aos  sintomas. Não há como se explicar aos cientistas. O tecido poético cria muito antes da medição dos contornos da hipófise. É matriz e argamassa das construções exatas sobre o funcionamento dos neurônios do baixo clero. Precisamos de mais poesia, mais, até saturar os átomos da cabeça pensante. 
(...)
A.M.

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