quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

NEUROPODERES OCULTOS

(...) (...)O uso das neuroimagens (tomografia computadorizada, ressonância magnética funcional e tomografia por emissão de pósitrons), que revolucionaram e impulsionaram as neurociências, possibilita interpretações distintas e nada neutras (ORTEGA,2006), transformando um laudo médico em fonte de pesquisa análoga aos prontuários psiquiátricos e processos criminais já utilizados pelos historiadores. Apesar de Rosen (2006) salientar que os resultados das pesquisas em neurociências indicam correlações que, mesmo sendo importantes, não podem afirmar causações, esses resultados são freqüentemente mostrados como auto-evidentes.
Hoje até mesmo a área de marketing faz uso dessas técnicas para descobrir preferências de carros ou refrigerantes. Imagens são linguagens específicas e a sua interpretação e forma de divulgação denotam um saber estruturado que deve gerar outras interpretações e estruturações. O que não quer dizer que o espectador seja passivo diante do que vê, pois analisa as informações de acordo com as suas vivências e preconceitos.Na análise da concepção cognitivista dessas disciplinas, cujas fronteiras são permeáveis, devemos englobar o olhar daquela que a todas envolve: a História. Rosen, um neurocientista, afirma que "nada na Biologia faz sentido, a não ser à luz da sua própria História", colocação que se aplica a todas as áreas do conhecimento, sob a perspectiva do historiador Eric Hobsbawm de que é impossível 'divorciar' ciência e sociedade (Era dos Extremos, 1998).
Dos conflitos conceituais às formas de aplicação e divulgação do conhecimento neurocientífico no âmbito social, surge um amplo leque de objetos que podem e devem ser explorados pela área de História.
(...)
Rita Cristina C. de Medeiros Couto  (2009)

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