Desse modo, antes da técnica é preciso compor linhas de vida. Implica em dizer que o trabalho com o paciente segue a arte como experimentação. Experimente, não interprete, diz Deleuze. Os dados da história pessoal e das contingências atuais estão baralhados na superfície do Encontro. O trabalho, no caso do psiquiatra, será o de destruir formas sociais rígidas (por exemplo, o afã de medicar, o diagnóstico cidológico, o corporativismo médico, etc) e criar dobras, saídas, mesmo ínfimas e imperceptíveis, para os impasses existenciais (...)
A. M.
Quer atividade mais idiota do que diagnosticar? David Gilmour não diagnostica. Bob Marley não diagnostica. Bacon não diagnostica. Monet não diagnostica. Dirão: "Ah, mas eles não são médicos!" Por isso mesmo! E digo mais: médico verdadeiramente médico não diagnostica, intui. Além do que, médico tem substrato palpável, assim como um policial que prende um homicida. E o psicólogo? Psicólogo diagnosticar é o cúmulo da idiotice profissional.
ResponderExcluirEstou com uma paciente nova que muitos psiquiatras e psicólogos diagnosticariam algum transtorno de ansiedade ou fobia específica. E daí? Receita um remédio e pronto? Faz uma terapia centrada em técnicas manualísticas para o caso e pronto? O pior é que não é isso. O caso dela é depressão. E, ainda assim, isso não quer dizer muita coisa. Em breve, mais dados.
ResponderExcluirNão quer dizer muita coisa porque a depressão é uma depreciação do paciente. Pergunte qual psicoterapeuta, qual psiquiatra percebe isso. Não percebem! Repito: não percebem. O que está em jogo é uma existência em destruição e é preciso ter cuidado e coragem para acompanhar. O simples fato de conceber a depressão já faz do paciente um "eufemismo", seja na doença ou no humanismo. No mais, nunca desprezem um esquizofrênico.
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