terça-feira, 27 de março de 2012

A  CLÍNICA COMO  ELA  É

Desse  modo,  antes   da   técnica  é  preciso  compor   linhas de  vida. Implica em  dizer que  o  trabalho  com o paciente  segue   a  arte  como  experimentação. Experimente,  não  interprete,  diz  Deleuze.   Os dados da  história pessoal  e  das contingências atuais estão baralhados  na  superfície  do Encontro. O  trabalho,  no caso do  psiquiatra,  será o de   destruir  formas sociais rígidas (por exemplo, o  afã  de  medicar,  o diagnóstico  cidológico,  o  corporativismo médico, etc) e  criar  dobras, saídas, mesmo  ínfimas  e imperceptíveis, para os  impasses  existenciais (...)

A. M.

3 comentários:

  1. Quer atividade mais idiota do que diagnosticar? David Gilmour não diagnostica. Bob Marley não diagnostica. Bacon não diagnostica. Monet não diagnostica. Dirão: "Ah, mas eles não são médicos!" Por isso mesmo! E digo mais: médico verdadeiramente médico não diagnostica, intui. Além do que, médico tem substrato palpável, assim como um policial que prende um homicida. E o psicólogo? Psicólogo diagnosticar é o cúmulo da idiotice profissional.

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  2. Estou com uma paciente nova que muitos psiquiatras e psicólogos diagnosticariam algum transtorno de ansiedade ou fobia específica. E daí? Receita um remédio e pronto? Faz uma terapia centrada em técnicas manualísticas para o caso e pronto? O pior é que não é isso. O caso dela é depressão. E, ainda assim, isso não quer dizer muita coisa. Em breve, mais dados.

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  3. Não quer dizer muita coisa porque a depressão é uma depreciação do paciente. Pergunte qual psicoterapeuta, qual psiquiatra percebe isso. Não percebem! Repito: não percebem. O que está em jogo é uma existência em destruição e é preciso ter cuidado e coragem para acompanhar. O simples fato de conceber a depressão já faz do paciente um "eufemismo", seja na doença ou no humanismo. No mais, nunca desprezem um esquizofrênico.

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