quarta-feira, 28 de março de 2012

DEVIR-OUTRO

Meu ideal, quando escrevo sobre um autor, seria não escrever nada que pudesse afetá-lo de tristeza, ou, se ele estiver morto, que o faça chorar em sua tumba: pensar no autor sobre o qual escrevemos. Pensar nele de modo tão forte que ele não possa ser mais um objeto, e tampouco possamos nos identificar com ele. Evitar a dupla ignomínia do erudito e do familiar. Levar a um autor um pouco de alegria, da força, da vida amorosa e política que ele soube dar, inventar. Tantos escritores mortos devem ter chorado pelo que se escreveu sobre eles (...)

G. Deleuze - do livro Diálogos

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