quarta-feira, 21 de março de 2012

RECEITA EM SÉRIE

Em psiquiatria clínica, é   possível    usar  poucas  associações medicamentosas?  Elas embotam o paciente e o psiquiatra. Nestes casos   um diagnóstico  revelador  do que se passa,  costuma ser  descartado. Se, além do mais,    for   difícil   captar a vivência mórbida,  ficar  na  espreita do acontecimento  já  é um ganho ético.  Escutar  o vento nas orelhas do paciente. Ou  apenas  contemplar o que ele diz e o que  se vê.   Isso basta para começar o trabalho de   garimpagem dos signos. Percutir  as   linhas do   desejo  talvez   faça    surgir   algo  que   não  anseie  por  fármacos (...)

Antonio Moura 

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