A MORTE DO DESEJO
Há uma espécie de "epidemia" dos transtornos bipolares do humor. A psiquiatria biológica e hegemônica fabrica seus diagnósticos sem qualquer traço ético ou epistemológico. Vale tudo. Se o paciente melhora do humor e passa a ficar um tanto excitado, "alegre demais", então chega o carimbo do receituário ao proferir a sentença de um "estabilizador" do humor, ou de um anti-maníaco, ou de um anti-psicótico, qualquer um, tanto faz. O que importa são os efeitos práticos e a mortificação do desejo. A medicalização alcança limites insondáveis no funcionamento da vida social. Ninguém deve ficar "alegre demais", ou simplesmente fora dos padrões da normalidade comportamental vigente.
A.M.
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