sábado, 16 de dezembro de 2017

DOMINAÇÕES SUTIS

Existe a realidade dos grupos submetidos. Ela é relevante...  Pode ser  ao eu  do líder, ao nome  da família, à imagem do rei, às palavras do mestre, a certa filosofia, às coerções de uma  organização, à competitividade, à  palavra da mídia, à ciência,  ao consumo automático, à  arte,  à revolução, a Deus, ao partido, etc. A lista é praticamente infinita. O que esses dados  heterogêneos tem  em comum é  a função de conduzir o grupo em direção a objetivos  fora  dele. Ou seja, o grupo  só existiria  a partir de algo que o ultrapassa  como vivência  concreta de  si. Ele ergue uma crença no Imaginário. Este  habita o grupo, fabrica uma natureza que o “autoriza”  a assumir  uma  “essência”.  Irão aí  medrar as  futuras  burocracias e os  micro-fascismos, por  onde  a instituição-Grupo  forma um   refúgio bem sucedido das forças coletivas da história, do  tempo e do caos. “Você não  é dos  nossos”,  “morte  ao  estrangeiro”, “só entra aqui sendo...” são palavras de ordem que passam a ressoar como formações inconscientes. As pessoas, os indivíduos, os eus, se encaixam  nesse  grupismo  protetor. O desejo grupal  passa a maquinar corpos em busca de  territórios estáveis  onde alguém se reconheça. “Eu sou o grupo”. Trata-se de uma subjetividade padronizada em linhas endurecidas da existência. Como diz  Guattari, um grupo–sujeitado
(...)

A.M.

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