ARMAS DE FOGO E SUICÍDIO
De 2007 a 2016, o índice de suicídios registrados no Brasil subiu 18%. Foram 11.433 casos em 2016 – os dados dos últimos dois anos ainda não foram divulgados. O Ministério da Saúde estima uma subnotificação de 20%, pois nem sempre há como assegurar que a pessoa provocou a própria morte.
“Eu acho que é grande a possibilidade de haver mais casos”, afirma a psicóloga Karen Scavacini, do Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio, de São Paulo. “Como o suicídio costuma ser um ato impulsivo, o método estando à mão contribui. E é um método mais letal, a capacidade de sobreviver é menor e, quando a pessoa sobrevive, as sequelas são mais graves.”
O psiquiatra Neury Bortega, autor de livros e programas sobre prevenção de suicídio, não tem a mesma impressão.
“Não podemos afirmar categoricamente que vá aumentar o número de suicídios”, diz. “O método muda de cultura a cultura. No Brasil, não é tão comum o suicídio por armas de fogo. O impacto maior [da facilitação] deverá ser sobre os homicídios e sobre as matanças, como as que ocorrem em outros países.”
Cerca de 800 mil pessoas se matam todos os anos no mundo – uma a cada 40 segundos. Nos Estados Unidos, são 22 mil, sendo quase mil crianças e adolescentes, de acordo com dados dos Centros de Prevenção e Controle de Doenças, agência do Departamento de Saúde. Armas de fogo são usadas em metade dos suicídios. No Brasil, essa taxa está em 8,4%.
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Luiz Fernando Vianna, Época, 14//01/2018, 14:22 hs
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