terça-feira, 11 de outubro de 2011

QUAL ENCONTRO?
   

  O psiquiatra tem  à sua  frente o “movimento”  e só  consegue  ver  a forma estática e a  matéria  sólida.   Claro, foi  treinado   para isso.  Falamos de  outra  coisa, a clínica  in vivo, o  trabalho   com a  matéria invisível,   o meio  do qual  o    paciente faz parte,  a ausência  de coordenadas  espaço-temporais  estáveis. O  eu  é uma delas.   Quem  você  é  ?  Isso  vale   para  o psiquiatra  seguro  da (sua)  verdade. A incerteza do  eu  e  das  crenças  básicas  precede  o  Encontro.   Não    clichês. O  paciente   não  tem forma.  Seu  desejo  não  tem  forma.  Ele age  como  produção de universos móveis.  Isso é difícil  de  aceitar. Como   encontrar  o paciente pela via  da multiplicidade? Como acessá-lo de  um modo  diferente  do  da psiquiatria  biológica e farmacológica? Parece quase impossível ou  talvez algo  delirante para  os  que  estão presos à   grade da CID-10.    Encontrar o paciente é encontrar  a si  mesmo

Antonio Moura

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