quinta-feira, 1 de março de 2012

JOGO DE CENA

A Academia costuma ter (e usar)  uma linguagem erudita,  douta, afetada  e  deslumbrada consigo mesma. Narcisismo erudito? Seus acólitos referendam  um  ato-processo de encantamento intelectual. Isto se dá em toda parte. Mestrandos, doutorandos, pós-doutorandos fissurados pelo conhecimento anódino.Verifique: quase todos, quase todas  se acham acima da mundanidade da política e da arte. A Academia é a Pureza. O mundo burguês é o Sedutor. Desculpe o truísmo, mas  a Realidade impõe o real como redundância  efetiva. Todos obedecem ao Mesmo. Todos obedecem à Norma. No fim, o  mundo prossegue como dantes.  Alguém duvida?

Antonio Moura

Um comentário:

  1. A psiquiatria cria uma relação mimética de complementaridade. Ela cria um sujeito abstrato e, dentro do discurso médico, detém o poder para a atuação em determinado campo. Seria muito fácil se fosse apenas isso, pois o problema estaria com a psiquiatria, seria da psiquiatria, ela seria culpada. A questão é que existe um sujeito concreto que se conecta com esse sujeito abstrato. ISSO É SUBJETIVIDADE! É a conexão exterior em si mesma, mesmo a não interiorizante ou não-interiorizada. Vale essa subjetividade? Vale para o seguinte problema: "O que se passa entre esses sujeitos abstratos e concretos?" Vale para analisar as relações de dominação e sujeição. Até aí ela tem valor. Mas, não vale para o trabalho. O trabalho com o paciente não deve passar pela subjetividade, senão será um trabalho meramente técnico. Você ENCONTRARÁ O LOUCO e, além disso, somente enquanto estiver trabalhando. Ao contrário, a proposta é entrar mesmo numa "zona de loucura", ainda que não estejamos no trabalho (entenda-se: no estabelecimento, exercendo um cargo). Agora, essa loucura, meus caros - e aí está o segredo -, não é identificada. Não é a loucura das drogas, não é a loucura psiquiátrica, não é a loucura psicológica, não é a loucura sexual. Qual loucura? Não sei. Experimente.

    ResponderExcluir