segunda-feira, 4 de julho de 2011

Chumbo miúdo

Havia um professor de psiquiatria da UFBa (dos grandes...) que dizia: "psiquiatra que passa muito remédio é porque não sabe o que o paciente tem, não sabe qual o problema do paciente, ou simplesmente não o escuta; ele utiliza   vários remédios (um artifício cômodo) com o objetivo de acertar  o alvo meio que na cegueira... algum eu acerto..." Eu acrescento: mas qual o alvo? O alvo são os sintomas. Como são muitos os sintomas, usar um  fármaco para cada sintoma, convenhamos não ser uma opção inteligente.É enfadonho ter que dizer obviedades, mas o fármaco só atinge (deleta?) o sintoma. Ele foi feito para isso, serve para isso. Entretanto, nesta  opção mono-farmacológica,  os modos de subjetivação expressos em vivências, ou não serão  tocados,  ou  serão  destruidos   ou   formatados  numa produção em    série (linha de montagem)  na figura clássica do doente mental (hoje chamado  portador de transtorno). Todos iguais...

Antonio Moura

Um comentário:

  1. Para quem acredita no diálogo:

    "Será que o colonizador está em condições de dialogar com o colonizado?"

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