sábado, 23 de julho de 2011

POR UMA LITERATURA DO REAL

Quando Gregor Samsa despertou, certa manhã, de um sonho agitado, viu que se transformara, em sua cama, numa espécie monstruosa de inseto. 
Permaneceu de costas, as quais eram duras como couraça, e, erguendo um pouco a cabeça, conseguiu ver a saliência do seu grande ventre marron, dividido em nítidas ondulações. As cobertas escorregavam, irremediavelmente, do alto da curva, e as pernas de Gregor, lamentavelmente finas, comparadas ao seu tamanho primitivo, agitavam-se, impotentes, diante de seus olhos.
"Que terá acontecido?", pensou ele. Não era sonho. (...)

Franz Kafka - Metamorfose, cap.1, início...

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