A vivência psicótica é, sobretudo, marcada pelas intensidades afetivas que têm na corporalidade a referência de base para um "viver", mesmo o mais bizarro, desconcertante ou inadequado. Sente-se algo, sente-se a si mesmo, antes de perceber, pensar, falar. E este "sentir" se dá no corpo, é o corpo como extensão-no-mundo, corpo-no-mundo, corpo-mundo. Portanto, a pesquisa etiológica das psicoses deverá partir do corpo, não apenas do corpo fisiológico, mas do corpo como superfície invisível onde se sente e se dá a vivência. Temos, pois, os processos afetivos como vivências de ser-um-corpo, ou de estar sendo um corpo.
Para além dos aportes fenomenológicos aqui embutidos, consideramos o corpo "chegando" antes da consciência, ou seja, o corpo intenso e fragmentado como relação entre forças, ou simplesmente como infinitas potências de viver. Isso inclui sensibilidades não cadastradas pelo Olhar biomédico...
Para além dos aportes fenomenológicos aqui embutidos, consideramos o corpo "chegando" antes da consciência, ou seja, o corpo intenso e fragmentado como relação entre forças, ou simplesmente como infinitas potências de viver. Isso inclui sensibilidades não cadastradas pelo Olhar biomédico...
Antonio Moura - Linhas da diferença em psicopatologia
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