Desse sistema emerge, entretanto, uma pergunta essencial, jamais formulada: "É preciso 'merecer' viver para ter esse direito?" Uma ínfima minoria, já excepcionalmente munida de poderes, de propriedades e de privilégios considerados implícitos, detém de ofício esse direito. Quanto ao resto da humanidade, para "merecer" viver, deve mostrar-se "útil" á sociedade, pelo menos àquela parte que a administra e a domina: a economia, mais do que nunca confundida com o comércio, ou seja, a economia de mercado. "Útil", aqui, significa quase sempre "rentável", isto é, lucrativo ao lucro. Numa palavra, "empregável" ("explorável" seria de mau gosto!).
Viviane Forrester - do livro O horror econômico
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