A morte da cantora inglesa Amy Winehouse suscitou comentários midiáticos quase clichês: "ela repetiu o que vários artistas jovens e talentosos fizeram; se encharcou de drogas, caiu numa vida inteiramente desregrada e eis o resultado". Este enunciado (muitas vezes implícito) certamente produziu um gozo secreto nos moralistas de plantão ( de todos os matizes) sempre atentos à execração pública e à condenação da existência: "viu, Amy, você não tinha uma vida digna, normal, responsável e aí deu no que deu; pagou pelos seus pecados... "
Ao contrário, movida pela sensibilidade e pela busca de novíssimas formas de percepção da realidade, e mais ainda, por outras realidades sequer sonhadas, ela foi fundo na inocência do devir. Desse modo, infelizmente naufragou, não por uma falta, mas pela exuberância de vida, pelo excesso e pelo risco... de criar.
Nada romântico em tal assertiva. Só a crueldade do real.
Antonio Moura
Moura, que blog lindo! Estou me deliciando com tudo que encontro por aqui! É uma honra você por perto. E apareça quando quiser lá no blog. Sua participação engrandece qualquer escrito meu.
ResponderExcluirGrande Abraço
Bianca Becker
...tornei-me mais cética...
ResponderExcluirSerá mesmo em que percentual vc é afetado pela angústia... comparada a dum indivíduo execrado...?
... eu ainda quero estar de pé...
... criar..., criar..., criar...