Uma das razões da atmosfera asfixiante na qual vivemos sem escapatória possível e sem remédio - e pela qual somos todos um pouco culpados, mesmo os mais revolucionários dentre nós - é o respeito pelo que é escrito, formulado ou pintado e que assumiu uma certa forma, mesmo se toda expressão já não estivesse exaurida e não tivesse chegado ao ponto em que é preciso que as coisas estourem para que se recomeçasse tudo de novo.
É preciso acabar com essa idéia das obras primas reservadas a uma auto-intitulada elite e que a massa não entende, e reconhecer que não existe, no espírito, uma zona exclusiva como aquela reservada para as ligações sexuais clandestinas.
A. Artaud - do livro O teatro e seu duplo
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