domingo, 3 de julho de 2011

Nós, modernos, acordamos de um sonho em que havia a ilusão do ser, e mais, do ser imóvel, plantado no cotidiano e no cérebro. É que, desde cedo, na infância mais primeva, as instituições sociais já comparecem. Estão aqui, ó mãe, ó pai. O acolhimento tem um preço: o rosto e o seio são postos contra a noite escura. O desamparo é radical. Seria um limite? Mais que isso, é a criança vendo-se a partir de como a vêem. Todo um jogo de identidades forjadas tem livre curso. A armadilha do Édipo parece inevitável. Presos nela, no despotismo natural dos significantes, como alcançar a diferença?

Antonio Moura -do livro Linhas da diferença em psicopatologia

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