sexta-feira, 15 de julho de 2011

Por que o cérebro mente?

O cérebro mente porque 1- ele não é uma organização anatômica estanque; ele muda, a depender das circunstâncias e dos estímulos (internos e externos).; 2- ele incorpora aquilo que se chama "mente" numa espécie de colagem e  reificação de neuro-pesquisas confortadoras do ego;3- ele se beneficia de uma publicidade midiática sensacionalista- cuide do seu cérebro para ser feliz; 4-ele não detém nem produz  a fala da semântica e do sentido, apenas obedecendo ordens neuronais codificadas; 5-ele é utilizado pelo pensamento conservador  como  ilha  de verdade epistemológica a compor modos de subjetivação apassivados; 6-por fim, a sua sofisticação sináptico-neuronal faz por prometer um mundo biopoderoso e ciente das vantagens da razão cínica.

Antonio Moura

Um comentário:

  1. Alguém poderia objetar a última frase do meu comentário anterior, que afirma que alguma vitória que se pode atribuir aos Caps deve necessariamente estar ligada à clínica. Demoraria muito para explicar essa questão, porque a clínica passou por sucessivas transformações ao longo do tempo, sendo talvez o aspecto mais dinâmico no campo da Saúde Mental. A clínica não vive seu ápice hoje como viveu antigamente, seja por conta da Medicina Social, seja por conta das críticas que sofreu, seja pela perda de potência ou produtividade. Porém, quando falo de clínica, menciono uma questão de percepção, de olhar acima de tudo. A clínica não diz respeito somente ao Encontro Um a Um, o que é um empate clássico do futebol. Esse jogo não é um a um. O que me permitiu, por exemplo, fazer esse tipo de leitura dos Caps foi um olhar clínico. Evidentamente, não estou atribuindo a mim mesmo qualquer lisonja. Nem se trata de uma discussão pessoal. Novamente, trata-se de uma questão de percepção. Desenvolver um Caps ou as conquistas atribuídas a um Caps envolve sempre a CLÍNICA. Mas uma clínica diferente, uma clínica que não é voltada ao aspecto individual, tampouco e somente ao aspecto institucional. Fazer uma análise institucional ajuda, mas não ajuda a desenvolver o olhar clínico. O olhar clínico é orgânico e se desenvolve na própria clínica, como se fosse uma redução eidética operada com muito labor e sacrifício, aliada a um retorno sempre triunfante, ainda que fracasse.

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