ÉTICA E CÍNICA
Quem é
o paciente? Quem
sofre? Ele mesmo
nos procurou? Por
quê? Para quê? Ele
quer viver? O que é viver? São perguntas elementares para
a formulação de uma ética
de vida. A potência
de viver ocupa um lugar de destaque na
questão de uma clínica da
diferença. Vale para o
paciente e para o
psiquiatra. Num meio clínico encharcado de psiquiatria, reina
a ética médica
envelhecida. Escapar dela e propor outra coisa... seria possível? Talvez uma clínica
que trabalhe a produção de novas
maneiras de viver... Ora, a
psiquiatria está morta como pensamento [1]. Para turbinar novas práticas, iniciemos pela ética: o Encontro com o paciente
traduz esse projeto: a materialidade da
relação passa a ser constituída
por afetos que circulam nos
dois sentidos. É claro
que pela sua própria
definição, há os bons e os maus afetos.
Os que constroem e
os que destroem.
(...)
A. M. - do livro Trair a psiquiatria
[1]
Usamos “pensamento” no sentido
deleuziano, ou seja, um pensar
não restrito a
interioridade de um sujeito, mas
voltado ao encontro com
o Fora, com
as multiplicidades do
mundo. Ver Deleuze, G. e
Guattari, F., Mil Platôs-Capitalismo e Esquizofrenia, S. Paulo, Ed. 34, 1997,
vol. 5, p.43 a
50.
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