quinta-feira, 26 de abril de 2012

DELIRAR   É  SAIR   DOS  TRILHOS


(...) (...)Recapitulando, temos: 1-  Delirium; 2-  Delírio primário; 3-Delírio crônico e 4-Delírio  secundário. Esta  é uma classificação embasada  na  vivência  do paciente que   afinal, é a  Clínica.  Não pressupõe um Sistema Oficial do Diagnóstico, ao qual teria que se  dobrar. Além disso,  as formas  são  passíveis  de se transformar uma  na  outra.  Agrupá-las em  4  significa  apenas estabelecer  um plano  fixo para  a prática   clínica. As linhas singulares de  cada  paciente  percorrem  esse plano  como uma  instância subjetiva  que  não se  enquadra em moldes diagnósticos “essenciais”.  Isso  vai na  contra-corrente da  CID-10. Quanto aos  processos  afetivos, há    peculiaridades  em  cada um dos  delírios.
(...)
Antonio Moura - do livro Trair a psiquiatria

Um comentário:

  1. Portanto, o Estado, seu modo de gerenciamento, sua subsunção, a aplicação da sua abstração ao caso concreto, o imposto, a edição de leis, o aditamento de processos, enfim, toda essa operação básica que tantos nos queixamos e que se atribui à burocracia estatal, é secundário em relação ao modo de subjetivação que o envolve; perpassando por linhas tênues entre individualismo e irresponsabilidade. Nenhum filósofo percebeu isso. Aliás, cabe uma crítica aos filósofos. Foi um lucro que obtive, ou melhor, que venho obtendo a duras penas. O aprendizado nem sempre é um mar de rosas, mas faz parte. A crítica é a seguinte: falta aos filósofos formação técnica. É muito mais fácil para um médico, arquiteto, engenheiro ou advogado, por exemplo, adentrar nas ciências humanas e pensar. Aqui, cabe uma vírgula. Haverá sofrimentos e incompatibilidades. Mas, se eles souberem ultrapassar essas barreiras, a técnica ajudará no pensamento, e vice-versa. Os filósofos, em geral, são muito etéreos, parecem que estão voando, falam de coisas que, se quisermos enfrentar o mundo atual, não fazem o menor sentido: "a pluralidade da essência do fenômeno do conceito tal em Hegel". Quem quer saber disso, pelo amor de Deus? Para que serve isso a não ser para a manutenção de um discurso acadêmico endógeno? Há várias formas de escapismo, eu sei. Todos temos alguns. Porém, no que diz respeito ao mundo, é incabível qualquer forma de escapismo. Temos que enfrentá-lo. Paciência.

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