quarta-feira, 18 de abril de 2012

PARA  ALÉM   DOS  PSICOFÁRMACOS


A crítica ao uso dos psicofármacos em psiquiatria: ela se torna rasteira caso considere apenas  à bioquímica, à neurociência e à visão biomédica acerca do  paciente. Partimos de outra coisa: essa "outra coisa" é o diagnóstico psiquiátrico e por consegüinte, à epistemologia psiquiátrica. Lamentamos ter que dizer o óbvio: o diagnóstico psiquiátrico é "furado" e mais que isso, apenas um argumento pseudo-científico para controlar mentes e corpos, ganhar muito  dinheiro  e conquistar poder e prestígio na academia e na sociedade em geral. Antes do fármaco, o diagnóstico. Essa é a nossa tese.  E que  diagnóstico é esse, se: 1- não há exames complementares que o confirmem; 2- se vários remédios são usados para um mesmo diagnóstico; 3- se vários diagnósticos são usados para o mesmo remédio; 4- se,  a cada dia, novos diagnósticos surgem e se afirmam de acordo com uma  certa (incerta)   indicação medicamentosa. A crítica ao uso de psicofármacos é uma crítica não-reativa, não-ressentida à psiquiatria enquanto instituição social produtora de mentes normais. Essa é a base do nosso argumento discutido principalmente no livro "Trair a psiquiatria".


Antonio Moura

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