LIMITES
Partamos de um exemplo clínico: o paciente delirante (não maníaco) dito esquizofrênico: ele é tomado pelo delírio, é o próprio delírio vivido com um matiz afetivo místico, digamos. Ele não sofre, não quer ver psiquiatra na sua frente, não se acha doente, ao contrário, quer apenas pregar a sua verdade, transformá-la em ação, Ou talvez não. Talvez prefira guardá-la, tão preciosa que é, para si mesmo, a qual é evocada nos momentos mais solitários e intensos. Ora, o modelo biomédico da psiquiatria (a busca das sinapses espertas) encontra aí o seu limite terapêutico mais constrangedor. A psiquiatria se revela não mais que um aparelho encolhedor de mentes.
A. M.
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