sábado, 14 de abril de 2012

O QUE É PENSAR?

Pensar não é para qualquer um. Não que este um esteja acima dos  mortais, mas porque  está à margem, sempre à margem das formas subjetivas, fazendo-se e refazendo-se como produção. Isso dá trabalho. Sim, porque o ato de pensar implica num movimento de subjetivação sobre si,  espécie de dobra e redobra do eu a partir e com os signos que  chegam.   Falamos, pois,  sobre o pensamento como ato e como física.  Uma abstração concretizada, velocidades  infinitas freadas na organização de saberes inseridos em práticas. É o  contrário do pensamento regido pela forma-Academia, ou pela forma-Estado, quando e onde estas acabam por se aliar na ação de bombardear cidades e aldeias. A chamada relação pedagógica, ou o próprio ensino, é um lugar por excelência onde se propagam tais  formas como verdades dadas. Não há, pois, uma natureza do pensamento. O "pensar" só existe funcionando em algum dispositivo, em alguma prática, e portanto, todo pensamento  se agencia como desejo de fazer, de viver, de sobreviver, mesmo que se destrua, se mate  e se explore. Ele não vive nas alturas. Ele é desejo, a superfície crua e cruel onde algo acontece, mesmo não acontecendo. Este é o processo.
(...)
A. M.

Um comentário:

  1. Curiosa essa questão do pensar.

    Tive uma professora no "terceiro ano pré-vestibular", 18 anos atrás, que sempre queria passar o conhecimento da forma mais superficial possível.

    Em uma de suas aulas, ela disse: "Cláudio parece um filósofo; cheio de elucubrações!"

    Eh, eh! O que ela queria dizer, em última instância, era que eu poderia estar atrapalhando o "esquemão" da aula!

    Eu deveria ter dito: "Ainda bem, não é, professora? Porque tem gente que nem pensa."

    Abraços!

    Cláudio.

    ResponderExcluir