sexta-feira, 3 de agosto de 2012

QUEM É LOUCO?

O louco nos chega por mãos variadas. A sociedade divide seus filhos: sãos e doentes, ricos e pobres, jovens e velhos, bons e maus, etc. O  que nos  chega?  Um dualismo  esgotado. Ele finca  a verdade e exala dos poderosos o cheiro inconfundível  das cisternas. Temos que admitir: o poder público amacia os temporais do desejo inaudito. Todos se levantam quando o assunto é o bem estar dos medianos. Eles estão em toda a parte. Ah, os medianos... Odeiam a loucura e a parte que lhes cabe nesse latifúndio. No entanto, o louco, com  sua conversa diversa, incomoda a ordem, mesmo a que vem das remelas do  rei. Fala de outra coisa, coisa simples: aí vem a diferença numa via indecifrável aos medianos de plantão. Rasga os organismos de pedra. Num Brasil país de todos, o soldo é o dos monarcas. A diferença? Ela dança sobre continentes perdidos. 
(...)
A.M.

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