QUEM É LOUCO?
O louco nos chega por mãos variadas. A sociedade divide seus filhos: sãos e doentes, ricos e pobres, jovens e velhos, bons e maus, etc. O que nos chega? Um dualismo esgotado. Ele finca a verdade e exala dos poderosos o cheiro inconfundível das cisternas. Temos que admitir: o poder público amacia os temporais do desejo inaudito. Todos se levantam quando o assunto é o bem estar dos medianos. Eles estão em toda a parte. Ah, os medianos... Odeiam a loucura e a parte que lhes cabe nesse latifúndio. No entanto, o louco, com sua conversa diversa, incomoda a ordem, mesmo a que vem das remelas do rei. Fala de outra coisa, coisa simples: aí vem a diferença numa via indecifrável aos medianos de plantão. Rasga os organismos de pedra. Num Brasil país de todos, o soldo é o dos monarcas. A diferença? Ela dança sobre continentes perdidos.
(...)
A.M.
Nenhum comentário:
Postar um comentário