Falemos dos afetos. Os afetos são inexplicáveis e vêm de fora, do Universo. William James foi pródigo em detectar que as EVIDÊNCIAS FISIOLÓGICAS aparecem ANTES das emoções, que são, nada mais nada menos, formas PERCEPTUAIS do afeto. Ou seja, os afetos já assumem uma forma interpretada nas emoções e racionalizada nos sentimentos. Quando você verbaliza o seu sentimento - que é o mais comum em terapia -, já há um alicerce da subjetividade, uma composição emoção-sentimento-dicção. Se o terapeuta diferencia emoção de sentimento, já é um avanço. Entretanto, captar os afetos é o desafio, o objetivo a ser buscado. É que os afetos são pré-terapêuticos e pós-terapêuticos. Nesse sentido, a terapia caminha em dois tempos não cronológicos, conforme disse anteriormente, em busca de espaços heterogêneos ou formas heteroespaciais. Tudo parece muito abstrato, mas é muito visível dentro da perspectiva do louco. Enxergar o louco sem a psiquiatria é justamente isso, um grande desafio de acessar os afetos.
Vejamos um exemplo. Hoje é véspera de São João. Subjetivamente, há um movimento para a ligação com a vertente "nordestina" do brasileiro, aliado a uma institucionalização das comidas típicas, das roupas quadriculadas com calças jeans, dos rojões e fogos, do forró, etc. Observe que nem estou entrando no mérito da INDÚSTRIA DO SÃO JOÃO. Estou falando da FESTA em si, da forma festiva e sua razão de ser. Ou seja, tais conexões subjetivas, AINDA QUE A-SUBJETIVAS, captam memórias, desejos, vivências, perspectivas, emoções e sentimentos relacionados a esse TEMA; mas nunca os afetos. Acho que se trata de um excelente exemplo: NUNCA OS AFETOS. A subjetividade não se relaciona com os afetos, e sim com as emoções. Nesse sentido, quando se fala em desejo, há que se perguntar: "Desejo-afeto ou Desejo-emoção?" São duas perspectivas distintas. Nesse sentido, não acordei no clima, não fui afetado por isso, e, FUGINDO DA PERSPECTIVA HUMANISTA, não estou triste nem sou triste por não querer curtir. Nutro uma relação afetiva com o whisky, por exemplo. Nunca emocional. Isso implica que oras ele fica lá à minha espera, envelhecendo mais do que os anos computados no ato de sua fabricação, oras ele é mais um companheiro sólido, oras estou enjoado dele. Mas, afetivamente, o whisky não é uma bebida. ELE DEIXOU DE SER. Não se trata de uma relação de SER-SER, ainda que se queira traduzir com isso algum movimento. Na minha ligação afetiva com o whisky, o whisky já se foi e eu já me fui. Existe uma HETEROCOMPOSIÇÃO movida por Stan Getz: http://www.youtube.com/watch?v=pnxeKl-Kbqw . Linda música!!!! Popularmente, para captar os afetos, costuma-se dizer: "Ele acordou na intenção!"
Falemos dos afetos. Os afetos são inexplicáveis e vêm de fora, do Universo. William James foi pródigo em detectar que as EVIDÊNCIAS FISIOLÓGICAS aparecem ANTES das emoções, que são, nada mais nada menos, formas PERCEPTUAIS do afeto. Ou seja, os afetos já assumem uma forma interpretada nas emoções e racionalizada nos sentimentos. Quando você verbaliza o seu sentimento - que é o mais comum em terapia -, já há um alicerce da subjetividade, uma composição emoção-sentimento-dicção. Se o terapeuta diferencia emoção de sentimento, já é um avanço. Entretanto, captar os afetos é o desafio, o objetivo a ser buscado. É que os afetos são pré-terapêuticos e pós-terapêuticos. Nesse sentido, a terapia caminha em dois tempos não cronológicos, conforme disse anteriormente, em busca de espaços heterogêneos ou formas heteroespaciais. Tudo parece muito abstrato, mas é muito visível dentro da perspectiva do louco. Enxergar o louco sem a psiquiatria é justamente isso, um grande desafio de acessar os afetos.
ResponderExcluirVejamos um exemplo. Hoje é véspera de São João. Subjetivamente, há um movimento para a ligação com a vertente "nordestina" do brasileiro, aliado a uma institucionalização das comidas típicas, das roupas quadriculadas com calças jeans, dos rojões e fogos, do forró, etc. Observe que nem estou entrando no mérito da INDÚSTRIA DO SÃO JOÃO. Estou falando da FESTA em si, da forma festiva e sua razão de ser. Ou seja, tais conexões subjetivas, AINDA QUE A-SUBJETIVAS, captam memórias, desejos, vivências, perspectivas, emoções e sentimentos relacionados a esse TEMA; mas nunca os afetos. Acho que se trata de um excelente exemplo: NUNCA OS AFETOS. A subjetividade não se relaciona com os afetos, e sim com as emoções. Nesse sentido, quando se fala em desejo, há que se perguntar: "Desejo-afeto ou Desejo-emoção?" São duas perspectivas distintas. Nesse sentido, não acordei no clima, não fui afetado por isso, e, FUGINDO DA PERSPECTIVA HUMANISTA, não estou triste nem sou triste por não querer curtir. Nutro uma relação afetiva com o whisky, por exemplo. Nunca emocional. Isso implica que oras ele fica lá à minha espera, envelhecendo mais do que os anos computados no ato de sua fabricação, oras ele é mais um companheiro sólido, oras estou enjoado dele. Mas, afetivamente, o whisky não é uma bebida. ELE DEIXOU DE SER. Não se trata de uma relação de SER-SER, ainda que se queira traduzir com isso algum movimento. Na minha ligação afetiva com o whisky, o whisky já se foi e eu já me fui. Existe uma HETEROCOMPOSIÇÃO movida por Stan Getz: http://www.youtube.com/watch?v=pnxeKl-Kbqw . Linda música!!!! Popularmente, para captar os afetos, costuma-se dizer: "Ele acordou na intenção!"
ResponderExcluir