A PSIQUIATRIA NÃO SABE DAS PSICOSES
Estudar as psicoses implica em tocar nas questões fundamentais da psicopatologia. Vejamos porque. O que é hoje considerado psicose se aproxima do que antes era chamado loucura. No entanto, o conceito de psicose é impreciso.Tal imprecisão atravessa a história da psiquiatria. Por que um tema tão importante recai numa insuficiência conceitual? Tudo remete à questão do diagnóstico, que é por onde se dão as ações terapêuticas (práticas) da psiquiatria. Mesmo mal diagnosticada (será uma psicose? que tipo?) há que se intervir concretamente, pois o psicótico incomoda à Ordem. Mas, afinal, o que são as psicoses? São síndromes psicopatológicas graves. Elas se caracterizam sobretudo por uma ruptura do paciente- em maior ou menor grau com a Realidade. Seus sintomas incluem basicamente delírios, alucinações, alterações do eu, da afetividade e do comportamento social.O rompimento com a Realidade é acompanhado por situações sociais de constrangimento, onde o rechaço e a humilhação encontram no hospital psiquiátrico o exemplo da prática de segregação cientificamente respaldada. Já que o conceito clínico de psicoses é impreciso, sua etiologia (estudo das causas) também o é.O campo das psicoses é muito rico em manifestações clínicas e em pesquisas teóricas. No primeiro caso, há que diferenciar as psicoses dos vários quadros patológicos não-psicóticos. No segundo, o trabalho conceitual usa aportes de campos diversificados do conhecimento, tal a sua complexidade.
O tratamento das psicoses está condicionado às hipóteses etiológicas do quadro psicopatológico visado, e às singularidades do paciente.
A.M.
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