terça-feira, 26 de junho de 2012


SINTOMA

O paciente  carrega   sintomas. O médico conversa  com eles.  Todo paciente é uma  multiplicidade  de sintomas, inclusive  ele.  O eu-sintoma se expressa por  signos.  Envia  signos, não para  serem  decodificados, mas  para  criarem   um mundo. Este mundo precisa  de  aliados, operadores de  territórios. Então, o sintoma que a farmacoterapia alcança, “deve” ser  substituído por  territórios existenciais. Pode  ser  qualquer  coisa,  a mais  insignificante. Caso não aconteça, o paciente  vira o sintoma que vira  o diagnóstico que não vira mais .  Isso  fecha uma ação  redundante  sobre  si mesmo, um sistema  fechado. Como Ilya Prigogine, acreditamos  nos  sistemas  longe  do equilíbrio  onde  rearranjos da matéria afirmam  universos  virtuais . Desse  modo, sintomas podem ser  usados  como trampolins psíquicos, disparadores  de processos vitais.  A psiquiatria, ela própria, é  um sintoma, ou um analisador da  sociedade  industrial. Extingui-lo seria extingui-la. Isso não é  (ainda) possível face  às   atuais  correlações   de forças . No entanto, reutilizá-la em pedaços  dispersos para  uma clínica a se inventar... como fazer?
(...)
A.M.

Um comentário: