quinta-feira, 28 de junho de 2012

DA EXPERIÊNCIA POÉTICA

a poesia é perigosa
porque desarruma os códigos
e faz vacilar as certezas

diferentemente
da linguagem psicótica
ou da criança

ela não é capturável
pelos remédios
ou pela escola


A.M.

4 comentários:

  1. Os afetos não são codificados, nem codificáveis. Quando se fala "eu fui afetado por isso", por exemplo, trata-se de uma exposição didática. Não existe nenhuma relação de "eu" nos afetos. Nada relacionado ao verbo "ser" ou "possuir", ainda que se fale, didaticamente: "não sou afetado por aquele que me estende a palma da mão, pedindo dinheiro na rua." Já o louco, que mora na rua e não pede nada a ninguém, me afetou ao ponto de fazer algo por ele. Eu utilizei o próprio código do senso comum "louco x normal" e retorci a violência valorizando a "superioridade" (pseudosuperioridade, lógico, porque os homens gostam de se sentir importantes) do agressor. Funcionou. Ele deixou o louco de lado. No entanto, "eu" não fiz nada. Não parei, não deliberei, não pensei. Foi exterior. Está aí, há outro pensador que quero apresentar-lhes para falar dos afetos, baseados em dois quesitos: 1) A INTUIÇÃO COMO MÉTODO. 2) MATÉRIA E MEMÓRIA. Matéria e Memória é justo a obra que disserta sobre o que chamei de heteroespacialidade e a temporalidade não cronológica, onde ele vai tratar da questão das imagens. Imagem é matéria. Quanto à intuição como método, O Bergsonismo de Deleuze. Mas, o autor que estou falando, óbvio, é Bergson. Perceba o quão deleuziano eu sou e o quão distante estou de vocês. Não quer dizer que seja melhor, pior ou único. É que, sinceramente, vocês não captaram o Deleuze. Pode ser que o "sentimento de amor" só faça atrapalhar...

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  2. Até mesmo quando discordo do Deleuze, acerca da subjetividade, estou sendo "deleuziano".

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  3. Se Jung valoriza a intuição, a imagem e o mito, que são coisas que também me afetam, temos muita coisa em comum; apesar de Jung pensar de uma forma acerca do mesmo tema e eu de outra. Repito: tendo mais tempo, voltarei a me aproximar dele. Claro, isso não é o mesmo que A SUBJETIVIDADE que circula entre os Junguianos: ora dentro de uma perspectiva holístico-transcendental, ora como um aprimoramento da psicanálise, o que equivale a uma "psicanálise ampliada", com inconsciente profundo, etc., etc. Logo, não é o autor, o amor pelo autor ou a perspectiva institucional que versa sobre ele. É uma ligação pelos afetos.

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  4. Entrou belíssimo!!!!

    http://www.youtube.com/watch?v=e28_gCErdaY&feature=fvwrel

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