Comentário: No curso da fala delirante, há a presença total do delírio. O delírio é exatamente o cerne do trabalho com os afetos. Na psicose, ele tem uma característica diferente e própria, mas ele não deixa de estar presente em outras patologias. Isso quebra totalmente a noção da psiquiatria de que o delírio é próprio da psicose. O psicopata, por exemplo, também delira. Mas, voltando à questão do esquizofrênico - tema desse comentário -, existe uma expansão afetiva que ganha dimensões cada vez maiores, só que, de repente, eles assentam com pequenas percepções mnemônicas de eventos bizarros ou imperceptíveis aos olhos menos detalhistas. Nesse momento, há a compressão do tempo. Portanto, afetivamente, é isso que se passa com a psicose: uma dilatação oceânica do tempo não-cronológico, atravessado pelo delírio; e sua rápida compressão, em assentamentos menores. De outro lado, na perspectiva heteroespacial, também ligada aos afetos, existe a quebra do ritmo. Sendo assim, um movimento que era para ser sístole e diástole ou, corporalmente, um simples caminhar, se transforma numa nova forma de ingresso no espaço, sem ritmo e modulação. A psiquiatria chamaria isso de apragmatismo, maneirismos e outros 'ismos'."
"A expansão temporal é todo lastro do esquizofrênico. Após expandir, ele o comprime subitamente." (I.N.)
ResponderExcluirComentário: No curso da fala delirante, há a presença total do delírio. O delírio é exatamente o cerne do trabalho com os afetos. Na psicose, ele tem uma característica diferente e própria, mas ele não deixa de estar presente em outras patologias. Isso quebra totalmente a noção da psiquiatria de que o delírio é próprio da psicose. O psicopata, por exemplo, também delira. Mas, voltando à questão do esquizofrênico - tema desse comentário -, existe uma expansão afetiva que ganha dimensões cada vez maiores, só que, de repente, eles assentam com pequenas percepções mnemônicas de eventos bizarros ou imperceptíveis aos olhos menos detalhistas. Nesse momento, há a compressão do tempo. Portanto, afetivamente, é isso que se passa com a psicose: uma dilatação oceânica do tempo não-cronológico, atravessado pelo delírio; e sua rápida compressão, em assentamentos menores. De outro lado, na perspectiva heteroespacial, também ligada aos afetos, existe a quebra do ritmo. Sendo assim, um movimento que era para ser sístole e diástole ou, corporalmente, um simples caminhar, se transforma numa nova forma de ingresso no espaço, sem ritmo e modulação. A psiquiatria chamaria isso de apragmatismo, maneirismos e outros 'ismos'."
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