quinta-feira, 7 de junho de 2012

CRISTOS METIDOS A BESTA

(...) (...) Havia também um instantâneo de Roy chegando ao orgasmo com uma punheta. Tinha tirado a foto sozinho. Quer dizer, fixou a câmara. Sem ninguém ajudar. Um pouco de corda. De arame. Alguns preparativos. Disse que precisou seis bronhas pra conseguir o instantâneo perfeito. Um dia inteiro de trabalho: ali estava aquela paçoca leitosa: uma obra de arte. Hollis desviou da estrada. Já estávamos perto. Tem gente rica com alamedas de mais de um quilômetro de comprimento. Essa até que não era das piores: uns 400 metros. Descemos do carro. Jardins tropicais. Quatro ou cinco cachorros.Umas feras imensas, pretas e peludas, escorrendo baba pela boca. Nem conseguimos chegar bem na porta - lá estava ele, o ricaço, parado lá em cima no terraço, de copo na mão.
- Oi, Harvey, seu sacana, que bom ver você! - gritou Roy cá de baixo.
(...)
C. Bukowski - do livro Fabulário geral do delírio cotidiano

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