sábado, 16 de junho de 2012

JULGAMENTO MORAL 


(..) (...)A  psiquiatria tem um passado marcado pelo  controle e tortura de seres rebeldes  aos limites da Ordem. Desse modo, anseia pela confirmaçãode verdades referendadas pela organização  estatal e científica, paradigmas  do  poder atualizado. Numa descrição dos dois tipos, é possível registrar: o borderline e  o  anti-social  são  seres do descontrole. O primeiro  obedece   aos  impulsos,  sendo  impossível prever  as suas ações e reações. Nele, quase nada é razoável.  O  segundo  é  rechaçado pelas  instituições.  Um ser frio, conforme reza o senso comum.  O nome “anti-social” implica em dizer que está em oposição à sociedade. Como no caso do borderline  a Ordem  apóia a psiquiatria e  vice-versa. O paciente é a Desordem  situada na contra-corrente dos  ideais  humanistas  da medicina. Chamá-lo   de mau caráter não é de bom tom,  devido ao uso  de uma    linguagem não  técnica e a exposição do fundo moral do diagnóstico.  Em suma, são dois diagnósticos baseados numa  produção subjetiva de cunho moral, o que  implica em julgamento.  

(...)
A.M.

Um comentário:

  1. A psiquiatria costuma adotar um semblante cristão com relação ao psicopata. Fala-se em culpa, ausência de culpa. Mais propriamente, o psicopata não é aquele que não sente culpa. Há níveis de frieza que até sente. A questão é outra. Ele se coloca como vítima fazendo vítimas. Portanto, trata-se de um convencimento paranóide de compensação. É como se fosse um delírio de natureza diferente da psicose, um delírio, pois, que endurece os sentimentos e que se recompõe com práticas sadomasoquistas.

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