JULGAMENTO MORAL
(..) (...)A psiquiatria tem um passado marcado pelo controle e tortura de seres rebeldes aos limites da Ordem. Desse modo, anseia pela confirmaçãode verdades referendadas pela organização estatal e científica, paradigmas do poder atualizado. Numa descrição dos dois tipos, é possível registrar: o borderline e o anti-social são seres do descontrole. O primeiro obedece aos impulsos, sendo impossível prever as suas ações e reações. Nele, quase nada é razoável. O segundo é rechaçado pelas instituições. Um ser frio, conforme reza o senso comum. O nome “anti-social” implica em dizer que está em oposição à sociedade. Como no caso do borderline a Ordem apóia a psiquiatria e vice-versa. O paciente é a Desordem situada na contra-corrente dos ideais humanistas da medicina. Chamá-lo de mau caráter não é de bom tom, devido ao uso de uma linguagem não técnica e a exposição do fundo moral do diagnóstico. Em suma, são dois diagnósticos baseados numa produção subjetiva de cunho moral, o que implica em julgamento.
(...)
A.M.
A psiquiatria costuma adotar um semblante cristão com relação ao psicopata. Fala-se em culpa, ausência de culpa. Mais propriamente, o psicopata não é aquele que não sente culpa. Há níveis de frieza que até sente. A questão é outra. Ele se coloca como vítima fazendo vítimas. Portanto, trata-se de um convencimento paranóide de compensação. É como se fosse um delírio de natureza diferente da psicose, um delírio, pois, que endurece os sentimentos e que se recompõe com práticas sadomasoquistas.
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