O PROBLEMA DA "CONSCIÊNCIA"
A consciência em psicopatologia captura o paciente como ser responsável. Este é o ponto de inflexão da clínica psiquiátrica no sentido de obter motivos para intervir com os fármacos. Persiste o julgamento do paciente encoberto pela razão científica.Tal situação é derivada da concepção dualística. Mente de um lado, corpo do outro.Ora,a consciência é menos a causa e mais a condensação dos efeitos de vários fatores atuando em interação constante. Estes compõem um amplo espectro de manifestações que ultrapassa a órbita da patologia para situar a vivência da consciência alterada como a imagem que se produz subjetivamente na organização do momento atual. Fluxos de dentro do organismo (uma infecção, por ex.) e de fora (uma agressão verbal) tornam a consciência dotada de uma instabilidade só mantida em condições de interagir com o mundo às custas do eu. Ora, se este é uma função, falar de consciência é falar do eu, pois é ele quem organiza as ações de uma subjetividade lastreada pela identidade, unidade, atividade e divisão mundo interno/mundo externo.
(...)
A. M.
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