sábado, 21 de julho de 2012

A CONSCIÊNCIA, AINDA

(...) (...) O eu  pressupõe  o desejo  e  não  o contrário. Desse  modo, na  esquizofrenia  processos desejantes  se esfacelam no instante da  enunciação:  “este  sou  eu” .  Não  importa a   avaliação  da  consciência, exceto se essa  avaliação considera  o  eu,  suas expressões e produções. Isso se  traduz no que a psiquiatria chama de apragmatismo social, conceito  impreciso  pela  própria  natureza. A  função do eu  remete ao  juízo  ou ao  pensamento  enquanto  juízo  da  realidade. Daí   porque ele se expressa como o Sujeito, sujeito individual. O nível  da consciência fica  encoberto, e só é dado como modificado, quando há uma causalidade física evidente: delirium. Mas na  histeria dissociativa a consciência se modifica adotando formas aberrantes. Tudo passa por  ondas  de afetos (desejos) que se deslocam pelo organismo, tornando o cérebro  um joguete  nas mãos de forças poderosas. Neste sentido, o conceito de consciência,  preso  a uma  ambiguidade de  origem, se revela  inadequado  a  uma semiótica  psicopatológica da  diferença.
(...)
A.M. 

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