A CONSCIÊNCIA, AINDA
(...) (...) O eu pressupõe o desejo e não o contrário. Desse modo, na esquizofrenia processos desejantes se esfacelam no instante da enunciação: “este sou eu” . Não importa a avaliação da consciência, exceto se essa avaliação considera o eu, suas expressões e produções. Isso se traduz no que a psiquiatria chama de apragmatismo social, conceito impreciso pela própria natureza. A função do eu remete ao juízo ou ao pensamento enquanto juízo da realidade. Daí porque ele se expressa como o Sujeito, sujeito individual. O nível da consciência fica encoberto, e só é dado como modificado, quando há uma causalidade física evidente: delirium. Mas na histeria dissociativa a consciência se modifica adotando formas aberrantes. Tudo passa por ondas de afetos (desejos) que se deslocam pelo organismo, tornando o cérebro um joguete nas mãos de forças poderosas. Neste sentido, o conceito de consciência, preso a uma ambiguidade de origem, se revela inadequado a uma semiótica psicopatológica da diferença.
(...)
A.M.
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