VIAGENS DE MIGUEL
Miguel se expande por devires indecifráveis. Ele nem sabe, nem é preciso. Tento ir no encalço. Ele responde: "pai, que está fazendo aqui?". Me encolho numa insignificância real, como se diz, para em seguida voltar à vida. Pois Miguel é um desafio incessante sobre o que é viver. Não quero me repetir acerca da criança metafísica. Isso é coisa de um passado recente apagado no fogo do presente. Ouça: Miguel é um presente do Abstrato. Me vejo perguntando coisas simples, como por exemplo "o que é viver?".As respostas chegam enfileiradas num caos ativo e alegre. Contra a ameaça do sem-sentido, Miguel afirma: é a aposta no indeterminado. Então, acordo com gosto de cereja na língua. Alguns não se submetem, eu bem sei, à agonia do Nada. No entanto, em algum lugar Miguel se torna personagem conceitual de um mundo a se fazer, a se tecer, a se criar... um artista,enfim.
A.M.
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