PSIQUIATRIA BIOLÓGICA: A SANHA DO CONTROLE
(...) (...) A psiquiatria, como nunca antes, tem “necessidade” de controlar com competência técnica. Usa dispositivos práticos em casos e situações clínicas pontuais. Em oligofrênicos, por exemplo, a expressão da fala em geral está comprometida, seja por uma dislalia ou pela atividade cognitiva reduzida a nível das relações conceptuais na formação e execução de juízos. O diagnóstico chega rápido...É essencial registrar que o exame do paciente acaba ficando mediado pela fala no sentido mais comum e operatório do contato social. Digamos: uma máquina não está funcionando a contento e é preciso consertá-la. Esse modo de ver não constitui uma acusação à semiologia psicopatológica atual. Bem mais, trata-se de demonstrar sua insuficiência técnica “essencial”com repercussões por vezes danosas sobre a conduta terapêutica.
(...)
A.M.
De uma vez por todas: as EXPERIÊNCIAS-LIMITE estão FORA da Academia. Há várias naturezas de experiências-limite, podendo ser orgânicas, inorgânicas, sociais, algum acidente, etc. Estão no campo dos AFETOS. O paradoxo é que dificilmente vocês poderão confiar de modo integral em quem não viveu uma EXPERIÊNCIA-LIMITE, mas, de outro lado, quem BUSCA uma experiência-limite é um suicida em potencial. No que tange o lado exterior da Academia, por exemplo, ensinam a vocês (copiado de um antropólogo francês chamado CLAUDE OLIVENSTEIN) que se compreende a droga a partir de um triângulo: cultura-sujeito-droga. Digo a vocês: NÃO! O problema da droga é a própria droga. O sujeito e a cultura permitem uma compreensão prévia, de contextualização histórica, em nível de criticidade. Mas,no âmbito de qualquer "drogadito", só há a substância psicoativa. E nada mais. Compreendê-la é o cerne do trabalho.
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