O PROBLEMA DA CONSCIÊNCIA
(...) (...) O sistema do rizoma é um louco. Ele ultrapassou a fronteira da divisão normais/anormais, aquilo que os psiquiatras não entendem (nem querem) e segue a direção do processo homem-natureza. Seu objeto é incerto, mas seus objetivos são claros: a afirmação da criatividade e do novo, mesmo que ao preço dos mal-entendidos e contra os fascismos à mão. O rizoma não é um método. Ele é um anti-método que se insinua como método de viver para além dos paradigmas estáveis. A psiquiatria não o capta. Trata-se de um rumor de outros tempos. O século XXI. A neurociência expõe os seus limites. O que é o cérebro? O rizoma compõe-se de muitos cérebros, ou o mesmo cérebro numa plasticidade neuronal que traduz o fora (o mundo, a natureza, o cosmos...) que está dentro. O cérebro cede à mente seu arquivo de neurônios. A subjetividade se expressa no limite das condições orgânicas/não orgânicas.Um rizoma se expande e diz: “ estou aqui”. São as contradições humanas que se conjugam em singularidades. Talvez o paciente não esteja nem aí para o que dizem sobre ele. Quem sabe? Outros afetos, alguma coisa que pulsa não detectada pelos instrumentos científicos. Uma alma. Não há como medi-la nem ela é trocável. Excluido todo ranço religioso, a alma é o desejo. Este precede a consciência e o eu...Por fim, uma psicopatologia da diferença funciona como condição de possibilidade para o trabalho com o paciente numa equipe técnica multidisciplinar. O objetivo primordial é o de atuar num regime não hierarquizado entre os saberes que investigam e atuam sobre a loucura e o chamado portador de transtorno mental.
(...)
A.M.
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