sábado, 28 de julho de 2012

O PROBLEMA DA CONSCIÊNCIA

(...) (...)  O sistema do rizoma é um louco. Ele ultrapassou a  fronteira da divisão normais/anormais, aquilo que os psiquiatras  não entendem (nem querem) e  segue a direção do processo homem-natureza. Seu objeto é  incerto, mas seus  objetivos são claros: a afirmação da  criatividade e   do  novo, mesmo que ao preço dos  mal-entendidos e  contra  os fascismos à  mão. O rizoma não é  um método. Ele é um anti-método que se insinua como método  de viver para além dos  paradigmas  estáveis. A psiquiatria não o capta. Trata-se de um rumor  de outros  tempos. O século XXI. A neurociência expõe os seus  limites. O que  é o cérebro?  O rizoma  compõe-se de muitos cérebros, ou o mesmo cérebro numa plasticidade neuronal que traduz o fora (o mundo, a natureza, o  cosmos...) que está  dentro. O cérebro cede à  mente  seu  arquivo de neurônios. A subjetividade se expressa no limite das condições orgânicas/não orgânicas.Um rizoma se  expande e diz: “ estou  aqui”. São  as contradições humanas que  se conjugam em  singularidades. Talvez o paciente não esteja nem aí  para o que  dizem  sobre  ele. Quem sabe? Outros  afetos, alguma coisa que pulsa não detectada pelos  instrumentos científicos. Uma alma. Não há como medi-la nem ela é  trocável. Excluido todo  ranço religioso, a alma é  o desejo. Este precede a consciência e o eu...Por fim, uma psicopatologia da diferença funciona como condição de possibilidade para o trabalho com o paciente numa equipe técnica multidisciplinar. O objetivo  primordial é o de atuar  num  regime  não hierarquizado entre os saberes que  investigam e  atuam sobre  a loucura e  o chamado  portador  de  transtorno mental.
(...)
A.M.

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