sexta-feira, 6 de julho de 2012

A DEPRESSÃO DOS TEMPOS QUE CORREM

O mau humor matinal, o mau humor da segunda-feira, o mau humor como traço de "personalidade", etc., são variações, modulações subjetivas. Não são doenças. Deste modo, o objetivo de traçar  diagnósticos  converge  para  uma clínica  interessada  na multiplicidade do fato psíquico e da relação do patológico com o não-patológico. É preciso sair do imperialismo psiquiátrico. Vimos acima que o humor é um conceito mal trabalhado pela psiquiatria. Em que  pese a sua  realidade clínica aberta, tornou-se serviçal propedêutico da psiquiatria biológica. Uma  secreção interna ou um somatório de  influências  externas  e internas?  Decerto é  experimentado na relação do paciente consigo mesmo e com o mundo.Trata-se de  uma vivência  concreta. Esta  é antes  de  tudo composta por territórios existenciais que mudam. Pode  ser  produzida,  exaltada ou rebaixada, assim como o humor. Formações de poder muitas  vezes  produzem-no  como euforia dançante para o  controle das massas  pela  felicidade. Todos  felizes!  . Então, a questão  passa  pelo que  está  fora, pela  exterioridade  dos   ditos  processos mentais. É evidente   que  o cérebro  pode  estar alterado. Negamos, contudo, que  1-  ele   torne  possível  uma  definição  única  do  humor; 2- o humor  tenha  uma  consistência substancial ou um lócus  cerebral ; 3-  suas alterações sejam apenas ou primariamente cerebrais. 4- a  hipotimia ou  a hipertimia  se  mostrem  como um a priori   patológico.
(...)
A.M.

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