ENCONTRO=DEVIR
(...) (...)Usamos o termo “Encontro” num sentido voltado à clínica dos chamados transtornos mentais, e por extensão à Saúde Mental. Essa é uma instituição marcada historicamente pela hegemonia psiquiátrica. Desse modo, o senso comum e o bom senso das sociedades , na fabricação de suas opiniões, aliam-se à psiquiatria. No ato clínico, com respaldo jurídico, é dada a última palavra ao psiquiatra sobre a saúde mental de alguém. À pergunta “ esse homem está louco?”, só o psiquiatra está autorizado a responder. Daí a nossa ênfase sobre a relação psiquiatra-paciente.Uma cena que, ancorada na pesquisa dos processos físico-químicos do cérebro, põe o paciente como organismo visível -ou visibilizável- a ser avaliado, consumando-se na realização do exame psíquico como análogo ao exame físico. O mecanicismo se insinua como verdade científica. Apesar disso, o “Encontro” tem a ver com outras realidades.Considera os processos subjetivos no que estes implicam de conexão entre heterogêneos, ou seja, entre multiplicidades. Sendo assim, ele não é tão somente objetal ou interpessoal. Eles são tipos expressos numa forma humanizada e imediatamente visível; vêm na esteira das relações humanas. Encontrar o outro, e de preferência que este outro nos seja semelhante, tal é, de um modo geral, o objetivo das relações humanas, pelo menos conforme o credo humanista. Assim, diferentemente, ao considerar as multiplicidades, o encontro torna-se outra coisa: um devir.
(...)
A.M.
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