NÃO ENSINAR - continuando...
(...) (...) Desse modo, falar de psicopatologia é anteceder a psiquiatria no que existia sob o nome de experiência da loucura. Em que se distingue, pois, essa psicopatologia? Em primeiro lugar, com a adoção do conceito de loucura, ela se abre para o Acaso, o Caos, o Desconhecido e o Inominável. Em segundo, na busca de conexões entre os múltiplos saberes, os quais , em pesquisas teóricas e clínicas, “responderão” sobre a loucura. Em terceiro, no fato de que o pensamento sobre a loucura não se resume ao da ciência, mas se amplia com a filosofia e a arte . Em quarto, o “exame” do paciente se torna o “Encontro”, já que a relação verticalizada técnico-paciente se desfaz em prol de uma coprodução de universos de sentido . Em quinto, no funcionamento prático da clínica psicopatológica regida por uma não -hierarquia (status social) entre os saberes e respectivos papéis profissionais. Em sexto, na clínica voltada a uma percepção/intuição do pathos como instância subjetiva processando a vida anárquica dos afetos. O paciente é visto como indivíduo não isolado num organismo visível, mas como um conjunto de forças e intensidades que o envolvem e o constituem: potência ou impotência de existir. Por último, mas não menos importante, no eu do paciente substituído por singularizações múltiplas, ainda que só explicitadas nas menores coisas e nos gestos mais insignificantes.
(...)
A.M.
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