segunda-feira, 16 de julho de 2012

NÃO ENSINAR - continuando...


(...)  (...)  Desse  modo,  falar  de psicopatologia é anteceder   a  psiquiatria no que  existia   sob o nome de  experiência  da     loucura. Em que  se  distingue, pois,  essa psicopatologia?  Em primeiro  lugar, com a  adoção do conceito de loucura, ela  se  abre  para  o Acaso,  o  Caos,  o  Desconhecido   e  o  Inominável.  Em segundo,   na busca  de   conexões entre os múltiplos  saberes, os   quais  , em    pesquisas teóricas  e clínicas, “responderão”  sobre a loucura.  Em terceiro,  no fato  de    que  o pensamento sobre  a loucura não se  resume  ao da ciência, mas  se amplia  com a    filosofia  e a  arte  . Em quarto, o “exame”   do paciente   se  torna o  “Encontro”, já  que a relação verticalizada   técnico-paciente  se  desfaz  em prol de  uma coprodução  de  universos  de sentido .    Em quinto, no funcionamento prático da clínica  psicopatológica regida  por uma  não -hierarquia  (status  social)  entre os   saberes  e respectivos  papéis  profissionais. Em sexto,  na clínica     voltada  a uma  percepção/intuição  do  pathos  como  instância subjetiva    processando    a  vida  anárquica  dos afetos.  O   paciente é   visto   como indivíduo não  isolado  num organismo  visível,  mas   como um  conjunto de forças e intensidades   que o envolvem e  o constituem:  potência  ou  impotência  de existir. Por  último, mas não menos  importante,  no eu do paciente substituído por  singularizações  múltiplas,  ainda que só explicitadas   nas menores  coisas e   nos  gestos  mais insignificantes. 

(...) 
A.M.

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