terça-feira, 3 de julho de 2012

A CONSCIÊNCIA COMO PROBLEMA

(...) (...)Entretanto, é com Karl  Jaspers que o conceito  de  consciência adentra ao  universo  psicopatológico não médico. Sob a influência da fenomenologia, ele  trabalha  elementos  conceituais para  ser posssível pensar  uma  “outra” consciência  não  redutível às  estruturas  neurocerebrais. É a consciência  intencional. Ela  constitui a  “essência” da  vida psíquica.   Divide-se em consciência do eu e consciência  do  objeto. Desse  modo, Jaspers usa  o conceito  de eu (e  por  extensão o de  objeto) atrelado ao conceito de consciência. Quando  fala  em consciência, a  intencionalidade  torna-se a expressão  do  eu  no mundo. O mundo  é o objeto, já que  esse  objeto é considerado em relação ao eu (sujeito da fenomenologia). A partir  desse dado teórico ocorre uma  curiosa  mistura  de conceitos  nos manuais de psiquiatria  ao longo  do século  XX. De um lado a consciência neurocerebral. Do outro, a consciência psicológica assumindo a  orientação fenomenológica. É importante registrar, que, em ambos os casos, o conceito de  consciência está submetido ao universo da representação, o que significa a adoção da  “identidade” como  referência  teórica  implícita.  Isso faculta  à consciência um  certo poder de  ajuizar  sobre a realidade, inclusive, claro, a do técnico e/ou  pesquisador. Daí, tanto  a  consciência neurocerebral, quanto   a  psicológica constituem um quadro  conceitual  em que  o sentido de  responsabilidade é condição para a conduta do paciente e o seu funcionamento  mental.  
(...)
A.M.

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