A CONSCIÊNCIA COMO PROBLEMA
(...) (...)Entretanto, é com Karl Jaspers que o conceito de consciência adentra ao universo psicopatológico não médico. Sob a influência da fenomenologia, ele trabalha elementos conceituais para ser posssível pensar uma “outra” consciência não redutível às estruturas neurocerebrais. É a consciência intencional. Ela constitui a “essência” da vida psíquica. Divide-se em consciência do eu e consciência do objeto. Desse modo, Jaspers usa o conceito de eu (e por extensão o de objeto) atrelado ao conceito de consciência. Quando fala em consciência, a intencionalidade torna-se a expressão do eu no mundo. O mundo é o objeto, já que esse objeto é considerado em relação ao eu (sujeito da fenomenologia). A partir desse dado teórico ocorre uma curiosa mistura de conceitos nos manuais de psiquiatria ao longo do século XX. De um lado a consciência neurocerebral. Do outro, a consciência psicológica assumindo a orientação fenomenológica. É importante registrar, que, em ambos os casos, o conceito de consciência está submetido ao universo da representação, o que significa a adoção da “identidade” como referência teórica implícita. Isso faculta à consciência um certo poder de ajuizar sobre a realidade, inclusive, claro, a do técnico e/ou pesquisador. Daí, tanto a consciência neurocerebral, quanto a psicológica constituem um quadro conceitual em que o sentido de responsabilidade é condição para a conduta do paciente e o seu funcionamento mental.
(...)
A.M.
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