domingo, 8 de julho de 2012

CLÍNICA DAS  MULTIPLICIDADES

Partimos do coletivo interiorizado em subjetivações. Desse modo, somos todos multiplicidades expressando maneiras de ser. Crenças, crenças, de  onde  vieram tantas? O cérebro é uma crença. Diga  em que você acredita. Talvez no remédio para o seu mal,  no seu próprio mal, ou em você próprio. Enfim, as crenças, tão frágeis, tão poderosas, norteiam e fazem consistir o real. Entre  elas o delírio insinua-se como tecido de sustentação para um  eu franzino. No entanto, é preciso viver. A psiquiatria  não quer isso. Ela  só quer sobreviver às custas da reprodução de uma  dependência abjeta aos seus remédios. São tratores da mente. Desconsideram a finura existencial dos espíritos  livres. Anseiam por um mundo clean. Ao contrário, há remédios não cadastrados  que impulsionam a mente  para um desmentido  radical. O corpo “essencial” é invisível e não capturável pelos  ardis  da  tecno-medicina. O coletivo é a abstração concretizada na carne, onde vasos, nervos, ossos e vísceras contém o infinito. Chame a  aurora no lugar  do médico. Confesse ao sol no lugar do psiquiatra. Brinque com a lua  no lugar do hipnótico. Dá certo.
(...)
A.M.

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